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Entrevista com Marco Gomes, fundador e CMO da boo-box

Nossa entrevista de agosto é com Marco Gomes, fundador e CMO da boo-box. O profissional de 26 anos, que atua há 13 com tecnologia, idealizou e implementou um novo modelo de negócio no país: a oferta de serviços e soluções de tecnologia para publicidade em mídias sociais. Conhecido nome dentre os jovens empreendedores de sucesso, sua história é a principal retratada no livro “Brilliant, Crazy, Cocky”, da autora americana Sarah Lacy. Executivo de Marketing pela Graduate School of Business da Universidade de Stanford (California) , é presença freqüente em palestras de importantes eventos da comunidade Web brasileira, como a Campus Party, FISL, Rede Innova e INFO@Trends.

A boo-box nasceu focada em pequenos anunciantes e editores, o que mudou no perfil da empresa?

A boo-box surgiu em dez-2006 como um projeto de formato de publicidade para conciliar a oferta de produtos de e-commerce ao conteúdo de blogueiros, mas rapidamente percebemos que havia um espaço muito interessante em serviços para agências de publicidade fazer branding em mídias sociais. No primeiro semestre de 2009, lançamos uma ad network focada em atender agências de publicidade e produtores de conteúdo independentes (blogs, fóruns, sites de nicho). Em 2010, criamos o modelo de criação de campanhas self-service, para pequenos e médios anunciantes que não trabalham com agências de publicidade. Uma campanha Self-Service de anúncios nas mídias sociais pode ser criada diretamente em nosso site em apenas 7 minutos, sem necessidade de programação ou conhecimentos de design, com investimento a partir de R$10. Este modelo tem se mostrado uma excelente escolha, com foco em publicidade de branding nas mídias sociais. Hoje, temos uma rede de 350 mil sites que alcança 80 milhões de usuários únicos por mês. São 1500 clientes, entre agências de publicidade de todos os portes e anunciantes pequenos e médios.

Com o crescimento das ad exchanges, ainda há espaço para o modelo tradicional de ad networks?

A tendência internacional mostra que, em pouco tempo, todo o inventário de publicidade será negociado em ad exchanges com RTB, e eu não vou contrariar o que os dados apontam. Mas também vejo que continua existindo espaço para ad networks que oferecem um serviço diferenciado, como inventários de nicho ou em formatos que não são negociados nas ad exchanges.

Como você avalia o estágio da compra de mídia em tempo real no Brasil?

A compra de mídia em tempo real no Brasil ainda está em seus primeiros dias e isso representa oportunidade para todos que atuam neste mercado. A configuração do mercado brasileiro faz com que a mudança seja um pouco mais lenta do que vimos em outros países, principalmente do ponto de vista do entendimento do anunciante. Da mesma forma, o RTB é uma tendência inevitável e que traz muitas vantagens de otimização de orçamento e resultados de investimento. Portanto, vai acontecer.

Recentemente vocês iniciaram uma expansão internacional e desmembraram a empresa, poderia nos contar um pouco mais dos planos e estágio atual desse processo?

Recentemente criamos uma nova unidade de negócios, o Grupo 42, focado em ad tech. O Grupo 42 oferece soluções de tecnologia de publicidade para segmentação de audiência e controle de campanhas, ações automatizadas em mídias sociais e muito mais. A tecnologia oferecida pela nova unidade de negócios foi desenvolvida internamente pela boo-box e pela Popego, empresas que se uniram em 2010 para somar as inovações de times premiados internacionalmente por FastCompany, TechCrunch, Cannes Lions, Red Innova, entre outros. Temos escritórios em São Paulo e Buenos Aires, com atuações mais focadas nos países onde estamos localizados, mas atendemos remotamente clientes de outros países da América Latina, como Chile, por exemplo. A atuação como ad network é focada no Brasil, enquanto a atuação com ad tech é balanceada entre Brasil e Argentina.

Qual o maior desafio para a boo-box hoje, em um mercado ainda dominado pelos portais?

A cada dia os anunciantes estão entendendo melhor a importância de incrementar o investimento em mídia online que já vêm fazendo. Com cases cada vez mais consistentes e constantes, de anunciantes grandes, médios e pequenos, conseguimos demonstrar, com robustez, as vantagens em fazer planejamentos de mídia mais alinhados com as práticas internacionais. Além disso, aprender a agir segundo a configuração do mercado brasileiro é também um fator crucial.