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Mobile e cross-device impulsionam receitas da Criteo no Brasil e América Latina

O ano de 2015 representou dois marcos importantes para a Criteo: o ano em que a companhia especializada em marketing de performance alcançou US$ 1 bilhão em receita e superou 10 mil clientes globalmente. No Brasil e América Latina, o crescimento foi 100% do faturamento em relação a 2014. Em entrevista exclusiva ao ExchangeWire Brasil, Fernando Tassinari, diretor geral da Criteo no Brasil, comenta o desempenho do país e da região diante dos resultados financeiros globais divulgados na última semana, bem como as expectativas para 2016.

Somente no último trimestre do ano, a Criteo registrou um crescimento de 55% de sua receita global no comparativo anual, impulsionado especialmente pelo avanço do mobile e cross-device, que devem continuar impactando nos resultados de 2016. Além disso, a companhia obteve no mesmo período 20% a mais de receita de seus clientes em todo o mundo, o que demonstra a capacidade de ampliar os ganhos por meio de sua base existente de clientes.

“A preocupação constante com a melhoria da performance de nosso produto principal fez com que isso representasse pelo menos 20% da receita de 2015 em comparação com 2014. Além disso, mobile assumiu 47% do faturamento em relação a 2014”, aponta Fernando Tassinari. Segundo o executivo, o segmento também representou papel importante no Brasil e América Latina, um reflexo do movimento da audiência em direção aos dispositivos que tem levado ao aumento dos investimentos pelos anunciantes, inclusive por meio de estratégias cross-device. Abaixo, o diretor geral da Criteo no Brasil, Fernando Tassinari, detalha informações sobre o mercado regional:

Tassi frente_ baixa- ExchangeWire Brasil: A empresa enfatizou bastante a importância do mobile e cross-device para os resultados de 2015. De que forma essas tecnologias influenciaram no faturamento de Brasil e América Latina?

Fernando Tassinari: No Brasil, os nossos produtos em cross-device foram responsáveis por alavancar os resultados. É uma tecnologia implantada mundialmente que faz a identificação dos usuários através de diferentes aparelhos, seja o acesso a um site pelo desktop e depois pelo mobile. Então otimiza o trabalho para os nossos clientes: ao invés de contar duas impressões – deskop e mobile –, o cross-device identifica que esse é o mesmo usuário, permitindo seguir o caminho dele independentemente do dispositivo. Essa tecnologia representou bastante de nosso negócio no ano passado e também deve continuar esse ano.

- Qual o balanço você faz de 2015 para a empresa no Brasil?

Fernando Tassinari: Não revelamos a receita por país, mas posso dizer que Brasil e América Latina tiveram um crescimento superior a 100% no faturamento em 2015 em relação a 2014. A empresa é grande e está entre as maiores empresas de tecnologia do Brasil. Mesmo com toda a crise, a gente teve uma performance maravilhosa. Então um crescimento como esse, nesse momento do país, mostra realmente a força do negócio. O mesmo aconteceu na Europa e Estados Unidos na crise de 2008 e 2009, e foram os anos em que a empresa mais cresceu nesses lugares, porque no momento de crise os anunciantes direcionam os investimentos para a gente, por conta do foco nosso na entrega de resultados e performance.

- Mobile respondeu por 47% da receita da Criteo em 2015. Como foi o desempenho no Brasil e América Latina, já que segmento ainda é um grande desafio na região, ao mesmo tempo que representa uma grande oportunidade?

Fernando Tassinari: Por ser uma empresa global, o comportamento não é igual por país. Aqui no Brasil temos um crescimento de quase 35% de investimentos em mobile. A média mundial é distorcida principalmente pela influência do Japão e Ásia como um todo, onde o uso do mobile é muito alto. Embora menor que a média mundial, o crescimento do Brasil é um maravilhoso, o que mostra que o país está totalmente no caminho. A mudança do comportamento da audiência para o mobile faz com que o investimento aumente na região. Então essa busca de audiência para uma empresa como a Criteo é bárbara, porque além de nossa capacidade de encontrar as pessoas, geramos conversão em vendas também via mobile. E nosso produto é feito justamente para isso, geração e conversão em vendas.

- E quais reflexos do avanço do mobile nas estratégias cross-device dos clientes?

Fernando Tassinari: Em cross-device, o mercado brasileiro está bem maduro, mais de 50% dos nossos clientes já fazem o cross-device conosco. E esse ano prevemos que mais de 80% dos nossos clientes terão uma estratégia bem alinhada em cross-device. Está crescendo bastante e o avanço do mobile vai se tornar cada vez mais evidente, não só por ações da Criteo mas também de outras empresas, e principalmente por parte dos anunciantes, que vão amadurecer o que já fazem hoje em seus sites e aplicativos. Esse ano vamos perceber a evolução do mobile, levando as empresas a investirem em múltiplos canais e múltiplos devices.

- Um mapeamento feito pela AdGear a pedido do ExchangeWire Brasil no ano passado mostrou que vocês detêm a liderança no mercado (com 18%), juntamente com a DoubleClick (42%). Qual tem sido a estratégia adotada no Brasil para se destacar diante dos concorrentes?

Fernando Tassinari: A receita do sucesso é oferecer um bom produto, e os resultados obtidos pelos clientes faz com que eles direcionem maiores investimentos para a empresa. A qualidade do produto juntamente com o serviço, nos permitiu atingir quase 600 clientes e temos mais de 90% de retenção desses clientes, sendo que mais de 90% deles têm um investimento ilimitado. Hoje, a Criteo trabalha com todos os grandes, médios e pequenos pulishers no Brasil, o que permite um alcance de quase 90% da internet brasileira.

- Em quais países da América Latina estão as oportunidades para Criteo?   

Fernando Tassinari: O Brasil é o principal mercado para a Criteo na região, seguido pela Argentina, mesmo com toda a crise que eles passaram, depois vem México e Colômbia. E o Brasil representa 70% do mercado LATAM, e os outros três 30%.

- A companhia revelou que a expectativa de crescimento global para 2016 está entre 30% e 34%. Isso também se mantém para o Brasil?

Fernando Tassinari: As tendências cross-device e mobile continuam para esse ano, motivadas pelo comportamento da audiência, e esperamos um amadurecimento maior do mercado e um crescimento de na mesma proporção para a região. E vamos lançar novos produtos esse ano, o primeiro é uma plataforma de email marketing, que deve ser anunciada no segundo trimestre, e isso deve ajudar a escalar mais um pouco o nosso faturamento.

- Quais as expectativas para o mercado programático no Brasil em 2016?

Fernando Tassinari: Mesmo os grandes publishers que ainda tinham resistência ao programático, geralmente por motivos internos, já estão caminhando para o programático. Mas quando você olha sob o ponto de vista do anunciante, a compra programática tem várias vantagens. Esse ano vamos continuar a ver empresas novas chegando e se mantendo, mas teremos a concentração cada vez maior desses grandes players em programático, nos quais a Criteo se inclui. Os anunciantes testam as novas empresas, que também oferecem qualidade de serviço, mas acabam voltando para as grandes por conta da maturidade da plataforma. O programático vai crescer bastante em relação ao ano passado e vai tomar corpo porque os publishers perceberam que é uma fonte muito boa de receita adicional e que não prejudica o negócio como um todo.