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Com foco em mobile e native, Teads Brasil pretende triplicar faturamento até 2017

Na última semana, Fabricio Proti assumiu a posição de diretor executivo da Teads no Brasil com uma missão ambiciosa: tornar a empresa a opção número um para publishers, anunciantes e agências para distribuição de vídeo digital e conteúdo premium no país. Em entrevista exclusiva ao ExchangeWire Brasil, o executivo que nos últimos dois anos atuou como Head de Desenvolvimento de Marca e Negócios no Instagram, além de ter integrado a equipe de fundadores do Facebook Brasil, comenta o atual momento da Teads no Brasil e seus desafios na nova empreitada.

A história da Teads no Brasil começou em março de 2015, quando a empresa abriu sua operação local de olho na expansão do mercado programático de vídeo e mobile da América Latina. E, como não poderia ser diferente de outros mercados onde atua, a adtech francesa vem trabalhando para expandir seu inventário de vídeo mobile por meio de parcerias com publishers premium, como Estadão, O Globo, Exame, ESPN e Vogue, bem como reforçando seu posicionamento a favor da publicidade nativa, com a oferta de formatos como o inRead.

A chegada de Fabrício Potri na companhia não poderia soar mais natural e estratégica. Afinal, o executivo vem para somar todo seu conhecimento e experiência adquiridos nos últimos anos em suas passagens pelo Instagram e Facebook e contribuir para os planos da Teads de triplicar o faturamento no Brasil até 2017. Abaixo, Potri comenta o mercado brasileiro, desafios em educação e publicidade em vídeo, além de abordar os projetos da companhia:

ExchangeWire Brasil: Qual será sua missão ou contribuição para a Teads a partir de agora?

Fabrício Potri, da Teads Brasil: Basicamente a minha missão é tornar a Teads no Brasil a opção número um para publishers, anunciantes e agências para distribuição de vídeo digital e conteúdo premium. Em mercados mais desenvolvidos como o americano e o europeu, a Teads está brilhando e tem parcerias sólidas com publishers como Washington Post, Le Monde, Forbes, Reuters, e está gerando muito valor tanto para esses publishers, como para anunciantes. Então a minha missão é trazer isso para o Brasil.

- Como você descreveria o atual momento em que a Teads está vivendo no país?

Estamos investindo na operação Brasil, temos oito funcionários. Além da minha contratação, foram contratados um CFO, uma head de marketing e vamos contratar mais dois gerentes de vendas. O que posso dizer é que o plano da companhia é triplicar o faturamento no ano que vem. Esse ano foi excelente e a companhia está em um momento especial.

- Considerando que você vem de uma empresa como Facebook, que juntamente com o Google detêm cerca de 80% do mercado, qual avaliação você faz sobre o avanço da mídia programática no Brasil? 

Um dos desafios que são importantes, não só para a Teads, mas para a indústria, é endereçar a educação. Há cinco anos quando eu estava começando a trabalhar com rede social, o que realmente fez a diferença foi trabalhar com a educação para desmistificar o que era essa nova tecnologia. Toda vez que entra uma tecnologia nova com potencial de transformar indústrias ou reformulá-las, o investimento em educação é prioritário.

Assim, a Teads vai trazer para o Brasil dois programas importantes, um é o Teads Academy, voltado para anunciantes, agências, profissionais de mídia e criativos, e criado para apresentar o que é o vídeo outstream e o quanto investimos em pesquisa e inteligência para gerar valor para o mercado. O outro programa, que será inaugurado em outubro, chama-se Programa de Certificação Outstream Programmatic e é pautado para profissionais de trading desk que trabalham com as DSPs. Essas duas iniciativas serão importantes para educar o mercado e crescer junto com ele.

- E o que está faltando para o mercado programático brasileiro decolar?

A gente está no começo dessa trajetória. No Brasil temos trading desks importantes, grandes DSPs e DMPs bem estruturadas. No entanto, acho que falta um pouco de transparência, educação e um pouco mais de sintonia nas mensagens para que os anunciantes sintam-se mais confortáveis e reconheçam valor para migrar grandes investimentos para essa modalidade de compra e venda de mídia. Em mercados mais maduros, já existe uma compreensão do programático como uma maneira mais eficiente e eficaz de planejar, comprar e mensurar mídia digital. Mesmo assim, o crescimento que a Teads tem hoje no Brasil é bem significativo e possuímos anunciantes do setor financeiro, bens de consumo e mídia de entretenimento investindo forte em programático. É um processo que vai acontecer naturalmente e será acelerado com players como nós, ajudando nesse trabalho de educação.

- Você veio de uma empresa como Instagram, que é totalmente voltada para o mobile. E a Teads está justamente nesse momento trabalhando a expansão de seu inventário pre-roll no mobile e se posicionando a favor da publicidade nativa nesse canal. Na sua visão, o que está faltando na publicidade mobile brasileira?

Um dos motivos pelos quais eu comprei o projeto da Teads foi porque 60% do inventário da companhia no Brasil é mobile. A plataforma está crescendo muito rápido, bem como na minha antiga empregadora. Em segundo, é uma empresa que toma muito cuidado com a experiência do usuário. Os formatos inRead, entre os textos, são nativos e respeitam a experiência do usuário, que pode parar e assistir ao vídeo, como também pode continuar lendo o texto e depois assistir ao vídeo, ou até mesmo não querer assistir ao vídeo.

Vemos que as pessoas estão no mobile, como mostram pesquisas como a da Millward Brown, que diz que 45% do tempo gasto com todas as mídias é gasto no mobile, versus 23% na TV. Primeiro veio a mudança pelo consumidor, depois vem a mudança da indústria de publicidade para acompanhar esses novos hábitos. Nesse contexto, vejo que um dos grandes desafios da indústria de vídeo é que a maioria dos vídeos que são exibidos no mobile não são feitos para o canal, e sim feitos para a TV. E aí a performance não é boa, nem a experiência do usuário.

- E de que forma a recente aquisição da Brainient contribui para a Teads?

Foi uma aquisição hiperestratégica. A Brainient vai se tornar Teads Studio e agora temos em nosso portfólio uma plataforma de edição e criação de vídeo que vai ajudar os anunciantes que já têm um vídeo feito para a televisão, a editá-lo e torná-lo próprio para o mobile, por exemplo, transformando um vídeo em landscape para formato vertical, que aproveita 100% da tela do celular, propiciando experiência e imersão diferentes. Além disso, a solução consegue transformar esse vídeo em interativo e torná-lo mais interessante. Então estamos realmente endereçando um dos maiores desafios da indústria que é a produção de vídeo para a experiência do usuário mobile.

- E em quais inovações e diferenciais vocês estão apostando para triplicar o faturamento da Teads no próximo ano?

Uma das nossas apostas está muito pautada em inovação, a Teads possui formatos 360 graus, que é o inRead 360 graus, que é oferecido por Google e Facebook. Temos o formato inRead Live, que permite fazer o streaming live que pode ser exibido em nosso conteúdo premium. É um formato disruptivo, oferecido por empresas como Facebook e Google. Temos o inRead Vertical, e Teads é a única empresa a vender o formato vertical na América Latina.  Somos uma empresa de 450 funcionários neo mundo, sendo 100 engenheiros desenvolvedores que ficam no sul da França. Nós respiramos vídeo 24 horas por dia. Isso demonstra o quanto já investimos em inovação e o quanto vamos continuar investindo no futuro. Então o meu papel também é mostrar o valor desses formatos para o mercado brasileiro, bem como nossos outros diferenciais: conteúdo premium e viewability 100% (15 segundos no mobile e 30 segundos no desktop). É algo que nos diferencia e de certa forma traz aquilo que o mercado espera, que é qualidade e retorno sobre o investimento.