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Mídia programática móvel dispara nos EUA; projeto que protege dados pessoais é aprovado em primeira comissão

Dentre as principais notícias da semana, estudo do eMarketer aponta crescimento acelerado nos investimentos em mídia programática móvel nos EUA, superando gastos em desktop; proposta que visa à criação de um marco regulatório para proteger dados pessoais dos brasileiros passa por primeira de quatro comissões; E.Bricks, do grupo RBS, anuncia reorganização societária da Hands; IAB US admite que setor de marketing digital tem sido negligente com privacidade do usuário.

Gastos com mídia programática móvel ultrapassam desktop nos EUA

Estudo divulgado pelo eMarketer no início da semana mostra que, apesar da mídia programática ter sido criada inicialmente para otimizar a compra de banners para desktop, o processo foi absorvido naturalmente pelo mobile e avança em ritmo acelerado. De acordo com o levantamento “Mobile Programmatic Advertising: Grabbing the Vast Majority of US Display Ad Dollars by 2017”, publicado na segunda-feira (12), os investimentos em mídia programática móvel nos EUA devem alcançar US$ 9,33 bilhões esse ano, o que corresponde a 60,5% dos gastos com mídia programática no país – superior aos 43% totalizados no ano passado. A previsão é que mobile responda por 76,3% dos investimentos em mídia programática nos EUA até 2017, alcançando US$ 20,45 bilhões.

O formato de vídeo deve saltar de US$ 1,14 bilhão (12,2% dos gastos totais com mobile programmatic display ad no país) para US$ 3,79 bilhões (18,5%) em dois anos – um número que pode soar pequeno diante de previsões do mercado sobre o crescimento do consumo de vídeo em plataformas móveis. No entanto, vale destacar que o eMarketer considera como vídeo digital apenas in-stream video ads (excluindo vídeos nativos e vídeos in-feed).

A maior plataforma programática dos EUA, o Facebook, deve atingir receitas em mobile de U$9,89 bilhões esse ano e avançar para U$S 10,32 bilhões em 2017 – “sua contribuição direta para os gastos totais com banners digitais de programática móvel nos EUA será significante”. O eMarketer, contudo, adianta que o Facebook irá assumir um papel secundário na crescente indústria de mídia programática móvel à medida que publishers redesenham seus sites móveis e apps de modo semelhante aos feeds da rede social.

Projeto de marco regulatório para proteção de dados pessoais é aprovado na primeira comissão

Na terça-feira (12), a proposta que visa à criação de um marco regulatório para proteger dados pessoais dos brasileiros foi aprovada na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), após audiência pública e 29 emendas apresentadas pelos integrantes da comissão. A proposta impacta diretamente no setor de automação de mídia, determinando a forma como as companhias coletam, usam e fornecem esses dados a terceiros.

O projeto corresponde ao substitutivo do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 330/2013 e busca assegurar aos cidadãos o direito de serem informados sobre o uso de dados coletados por empresas. O texto garante que os usuários sejam contra a utilização desses dados e o fornecimento dos mesmos a empresas terceiras sem consentimento. A proposta também assegura o direito de conhecer a finalidade do tratamento automatizado dos dados ou mesmo de solicitar a exclusão definitiva de informações pessoais armazenadas após o término dos contratos com empresas.

O marco regulatório segue em linha do Marco Civil da Internet direciona-se a todas as empresas e órgão atuantes no Brasil. A matéria prevê que empresas que fizerem uso inadequado de dados de usuários sejam punidas e penalizadas com multas de até 5% do total de seu faturamento e a proibição do uso de seu banco de dados. A proposta segue agora para outras três comissões, as Comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), de Assuntos Econômicos (CAE) e de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

E.Bricks, do grupo RBS, anuncia reorganização societária da Hands

A Hands, companhia independente de mobile advertising, anunciou na quarta-feira (14) seu spin-off societário por meio do qual a e.Bricks, braço de investimento digital do Grupo RBS e controladora da empresa, adquire a participação de Leo Xavier, Renato Virgili, Flavia Biasoto e Terence Reis. Desse modo, a Hands, que até então fazia parte do negócio da Pontomobi, torna-se uma unidade independente dentro da e.Bricks.

João Carvalho e Sergio Percope, que também venderam suas participações na Pontomobi, seguem como sócios na Hands, nas posições de CEO (Chief Executive Officer) e Chief Growth Officer (CGO), respectivamente. A Hands passou a integrar o portfólio de empresas da e.Bricks em 2011, ao ser comprada pelo Grupo Pontomobi, então controlado pela e.Bricks. Desde então, a companhia apresentou crescimento médio anual de 50%.

“Mobile advertising vem conquistando cada vez mais participação nos investimentos em publicidade digital das empresas no Brasil, e isso deu impulso ao negócio da Hands. Agora vamos consolidar esse crescimento, com a Hands atuando como divisão independente dentro da e.Bricks”, afirmou Fabio Bruggioni, CEO da e.Bricks.

IAB US admite que setor de marketing digital tem sido negligente com privacidade do usuário  

“Nós estragamos tudo” – esse é a frase proferida por Scott Cunningham, VP de Tecnologia e Ad Operations do IAB US, em um artigo publicado essa semana no site do órgão. No texto, o representante critica os avanços da indústria de marketing americana nos últimos anos no uso de tecnologia e automação para entrega de conteúdo e serviços, deixando de lado a privacidade do usuário.

“Perdemos de vista a nossa responsabilidade social e ética para fornecer uma experiência segura, necessárias a qualquer um e todos que desejam consumir conteúdo de sua escolha”, admitiu. O executivo enfatizou a necessidade de realinhar e reequilibrar “conteúdo, comércio e tecnologia” na web aberta.

Leia o artigo do IAB US na íntegra.