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Global Data Bank (GDB) projeta faturamento de até R$16 milhões em primeiro ano

Assim como funciona um banco, o Global Data Bank (GDB) surgiu com a proposta de oferecer uma espécie de conta corrente na qual empresas podem depositar, tratar e organizar dados em um ambiente seguro que serão ativados via mídia programática. Em entrevista ao ExchangeWire Brasil, Marcelo Pincherle, diretor de negócios da companhia, detalha planos de crescimento em 2016 e expansão para América Latina e EUA, bem como elenca desafios que ainda devem ser superados pelo mercado de dados no Brasil, como a questão do controle das informações. 

Após um ano em fase beta com clientes e parceiros, a companhia americana GDB, que nasceu com operação brasileira lançada em novembro, espera faturar entre R$12 a R$16 milhões em 2016, apostando alto na virada do mercado para o programático. “Tanto o amadurecimento do mercado, das soluções e um conhecimento mais difundido sobre o assunto, quanto a condição econômica do país, que traz uma necessidade de repensar investimentos, reduzir custos e fazer um marketing de precisão, fazem com que nossas expectativas sejam muito altas para esse ano. Até o final de 2016, esperamos ser o grande protagonista do mercado com relação à questão de dados, plataformas e ativação”, comenta Marcelo Pincherle (foto), diretor de negócios do GDB.

Assim, a empresa busca viabilizar o uso de dados em larga escala para qualquer ativação em programático por meio de seus principais diferenciais: oferecer uma solução end-to-end a um custo menor em relação ao praticado por data providers (é cobrado 5% da ativação dos dados) e um modelo de negócio em que os clientes pagam pelo uso. Além disso, a tecnologia disponibilizada permite trazer diferentes dados para a "conta corrente", sejam dados comportamentais de navegação em um site ou aplicativo, como off-line, como dados de venda e CRM.

“Esse custo mais baixo só é possível porque conseguimos prover um serviço integrado do começo ao fim. A redução permite que todas as empresas utilizem dados para todas as ações e tipos de campanha. Hoje, como você tem que remunerar todos esses intermediários, isso acaba ficando caro e é uma conta que não fecha”, afirma o executivo da companhia que trafegou em novembro um volume de 11 bilhões de dados.

Atualmente, o GDB tem entre seus clientes um grande portal, varejista, uma montadora, empresa do ramo financeiro e duas agências e, segundo Pincherle, algumas conversas para o fechamento de novos contratos estão em andamento. A expansão para outros países da América Latina e Estados Unidos também está entre os planos da companhia, um processo que deve ser iniciado esse ano a partir por meio de multinacionais atendidas pelo GDB que possuem operações nesses países.

Big data e desafios  

Já faz algum tempo que as empresas entenderam a importância dos dados e como isso pode ajudar no desenvolvimento dos negócios, mas ainda há muito que se avançar no que diz respeito à integração, enxerga Marcelo Pincherle. Dados ainda muito compartimentalizados dentro das organizações e informações que acabam restritas a times específicos, são pontos que devem ser resolvidos: “é preciso amadurecer muito no sentido de integrar todas essas informações e colocar dados de diversas origens sob o mesmo prisma, para que todas as áreas se conversem”.

Uma evolução que passa pelo uso de dados em maior escala e contribui decisivamente para eliminar as barreiras entre online e off-line, levando o foco das estratégias para o cliente, independente do canal. Diante disso, o diretor de negócios do GDB destaca a importância da redução do custo envolvido em todo esse processo como sendo essencial para que o mercado sobreviva, permitindo que mais empresas, mais áreas, mais ações passem a se beneficiar desse conhecimento.

Além disso, Pincherle acredita que o mercado brasileiro ainda está avançando no que diz respeito ao controle das informações. “O que acontece é que uma marca tem diversas tags coletando dados em seus sites, mas ela tem pouco controle do que esses parceiros fazem com esses dados. Essas informações não estão protegidas da forma como deveriam, acabam sendo pulverizadas no mercado e isso alimenta a audiência de terceiros. Isso vem mudando bastante e estamos sentindo cada vez mais em nossas conversas que as empresas estão buscando ter controle e segurança de que esse dado é coletado com uma finalidade específica”, afirma.

Para o executivo, as empresas precisam proteger seus diferenciais e explorar ao máximo o conhecimento que detêm sobre seu negócio e como podem capitalizar em cima dele. Uma necessidade que, segundo ele, foi enxergada antes de todos pela Amazon, que investiu milhões para conseguir controlar suas informações de modo que os concorrentes não pudessem se beneficiar delas, e hoje é o “grande modelo de referência do mercado de como coletar, proteger e ativar dados com total controle”.