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“Disponibilidade de inventário e usuários móveis é muito maior do que é efetivamente investido em mobile branding”

Adriano Hayashi, há cerca de um ano à frente da TubeMogul no Brasil, comenta o mercado brasileiro com base no relatório divulgado pela empresa na semana passada. Para ele, é evidente que o mercado não está mais engatinhando — ainda que algumas áreas representem muito menos investimento do que poderia ser feito.

É o caso de mobile branding, cujo potencial, segundo ele, é muito grande em comparação o que é investido no Brasil. “Apesar de programático não estar mais em seus primeiros dias aqui, existe o claro conhecimento de um ‘gap’ entre stakeholders”, diz.

Leia abaixo entrevista completa.

ExchangeWire Brasil: No relatório, a TubeMogul enfatiza o crescimento do mercado brasileiro e que vocês começaram no país na hora certa. Como isso reflete no volume de operações?

Adriano Hayashi: Estamos trabalhando com as principais agências e trading desks da região, com relações globais com diversas marcas que estamos gradativamente ativando no Brasil. A oportunidade para simplificar o processo e alcançar audiência cross-screen é grande, e estamos posicionados para liderar.

EWB: Por que vocês enfatizaram a alta qualidade do inventário brasileiro? Você vê estabilidade disso num futuro próximo?

Hayashi: Temos um time dedicado, que escaneia e elimina tráfego fraudulento dentro de nossos sistemas. Ainda, é claro que a audiência está assistindo vídeos em todos os lugares. Tanto o inventário premium (como dos top broadcasters) e cauda longa que canaliza interesses específicos (como games) estão em crescimento.

Ultimamente, o que importa para o anunciante é o quão engajada a audiência é com sua mensagem — então eles assistem o anúncio, interagem com ele, lembram-se dele.

EWB: O fato de que VCPM é o mais baixo entre os mercados pode encorajar mais investimentos em programático vídeo?

Hayashi: A relativa acessibilidade financeira de impressões visualizadas no Brasil chama atenção. Representa uma grande oportunidade para conectar-se com audiências, tirar vantagem de um ambiente desbloqueado, uma experiência à frente que pode levar a uma mudança de investimento de budges da TV e outros meios.

EWB: Tenho ouvido comentários interessantes sobre o pre-roll, especialmente o skippable, no mercado brasileiro — equilibrar o interesse da audiência com esse tipo de formato, que embora retenha 100% de atenção num momento, pode ser dispensado e a maioria das pessoas que assistem o fazem isso. A TubeMogul realiza uma espécie de consultoria para agências e anunciantes com esse formato? E qual a recomendação geral nessa área, especialmente levando em consideração uma queda no custo por minuto desse formato?

Hayashi: Munimos anunciantes de muitos dados, tanto em nosso software e por meio de relatórios como esse, de maneira que eles podem alocar budgets efetivamente e tomar decisões informadas entre telas. O software self-service coloca os anunciantes em total controle não apenas dos sites exatos onde um anúncio roda, mas também custo e inventário disponíveis com base no formato e nas metas de cada anunciante.

EWB: O mobile é A próxima tendência em programático vídeo?

Hayashi: Em vídeo, o que uma vez foi chamado de “segunda tela” cada vez mais se torna a primeira tela, especialmente para audiências específicas no Brasil. Muitos assistem vídeos em seus celulares primeiro, e depois na TV e em computadores. Globalmente, um a cada quatro anúncios de vídeo (25,7%) em tablets iPad e Android são vistos durante o horário nobre da TV (8pm até meia-noite).

Estamos vendo um número cada vez maior de anunciantes adicionando interatividade em anúncios mobile em vídeo, oferecendo à audiência jogos ou outras maneiras de engajar de maneira mais profunda que simplesmente assistir uma peça passivamente.

Apesar de agências e marcas estarem interessadas em mobile, o volume de inventário e usuários disponíveis é muito maior do que é efetivamente investido em mobile branding na região.

EWB: No geral, agora que a TubeMogul está há mais de um ano no país, como você vê a evolução do entendimento e operações de programático, à frente da empresa?

Hayashi: Foi uma transição interessante para mim da Cadreon na Austrália para liderar a TubeMogul no Brasil. Apesar de programático não estar mais em seus primeiros dias aqui, existe o claro conhecimento de um ‘gap’ entre stakeholders. Contudo, anunciantes estão dispostos a aprender mais e eu acho que a transição está acontecendo mais rapidamente do que em outros mercados, uma vez que a possibilidade de capitalizar em muitos dos insights iniciais é muito atrativa para as marcas.