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Glispa adquire brasileira MOBILS

A Glispa, empresa berlinense especializada em mobile marketing, anuncia nesta terça-feira (7) a compra da MOBILS, companhia brasileira de publicidade digital mobile. A aquisição é fruto do aporte de US$77 milhões recebido pelo Market Tech Holdings, fundo do Reino Unido que concentra investimentos de tecnologias proprietárias e de e-commerce. Em entrevista exclusiva ao ExchangeWire Brasil, Gary Lin (à direita), CEO da Glispa, comenta os planos de expansão para a América Latina.

Mais de 50% (cerca de 1 bilhão) dos smartphones usuários de smartphones do mundo – este é o alcance mensal da Glispa, que pretende expandi-lo a partir da entrada em mercados emergentes, como o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). Como parte de sua estratégia de crescimento global, a empresa adquiriu a MoneyTap em março, pouco antes de lançar sua plataforma de mediação denominada Ampiri.

“A Glispa tem sido uma parte importante da ascensão da publicidade móvel há uma década e a aquisição da Mobils irá nos permitir expandir ainda mais para a América Latina e capitalizar sobre a florescente indústria mobile da região. Além disso, a Mobils tem uma equipe consolidada e uma lista de clientes impressionante, e sua visão sobre a publicidade móvel está muito alinhada com o nossa”, pontua o CEO da Glispa, Gary Lin.

Baseada em São Paulo, a MOBILS possui clientes como Webmotors, Netshoes, Guia Bolso e Multiplus e é parceira de agências no atendimento a grandes marcas, como Samsung, McDonalds, GM e Coca-Cola Mexico. A empresa de mobile marketing possui um time de dez funcionários, liderados pelo CEO Paulo Maia (à esquerda na foto), que continuará à frente das operações com a aquisição.

Para Gary Lin, ainda não estão definidos os líderes quando se trata de publicidade móvel nos mercados emergentes, de modo que a aquisição da MOBILS será importante para os planos da Glispa em se tornar o player dominante na região. “A combinação das relações de clientes locais da MOBILS com a nossa tecnologia proprietária irá nos posicionar de maneira a reforçar significativamente o mobile commerce e publicidade nativa na América Latina”, acrescenta.

No Brasil, a Glispa possui negócios desde 2008, quando foi uma das primeiras companhias de marketing de performance a ofertar seus serviços ao mercado local. Desse modo, a aquisição vem para consolidar laços construídos desde então  e potencializar oportunidades em m-commerce e mobile marketing na região, conforme destaca o CEO Gary Lin, que revela que o escritório da Glispa localizado em São Paulo possui alguns dos funcionários mais antigos da companhia.

Presença na América Latina

Para o CEO da Glispa, que trabalhou no Brasil entre 1999 e 2000, muitas empresas têm negligenciado o mercado latino-americano. “Quando trabalhei aqui vi em primeira mão a imensa oportunidade de construir a ecossistema de adtech aqui, por isso quando a Glispa fundada em 2008, fomos a primeira empresa a trazer para de marketing de performance para o Brasil". Desde então, a companhia tem construído uma distribuição significativa na região, inclusive já contou com diversos anunciantes maduros que são de fora do Brasil – ou seja, dos EUA e China – buscando entrar nesse mercado. "Em geral, para esses grandes anunciantes globais, que estão buscando o crescimento nos mercados emergentes, as oportunidades no Brasil são muito atraentes”, afirma Gary Lin.

Segundo ele, a aquisição contribui para o objetivo global, expansão localizada e oferece uma presença maior em um mercado muito promissor, já que muitos clientes da MOBILS estão se movendo para também para a América Latina, especialmente empresas de mCommerce e O2O (online-to-offline). “Nossa expansão está começando através do cone sul, embora já temos campanhas no México e na Colômbia. A próxima etapa será em expansão para o México, com a possível abertura de um escritório comercial”.

Assim, o executivo lança mão de números da App Annie, companhia de pesquisa e análises em apps, que projeta uma forte expansão nos próximos anos de mercados emergentes como Índia, Indonésia, Brasil, Argentina e Turquia. “E o México representa um importante papel nesses números e, apesar da desaceleração econômica, a receita de apps irá crescer 40% esse ano”.