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Programático e marketing de conteúdo ditam novo posicionamento da boo-box/ftpi

Após aquisição da boo-box, anunciada em outubro do último ano, a FTPI Digital inicia a operação integrada das duas empresas, e aposta na união entre criatividade e mídia programática para consolidar novo posicionamento no mercado de compra e venda de mídia online. Em entrevista ao ExchangeWire Brasil, o CEO Guga Mafra comenta importância do programático para os novos planos, que inclusive incluem expansão para outros mercados da América Latina.

A boo-box/ftpi é uma creative sales house que busca gerenciar a venda de mídia programática de forma criativa de diversos veículos como Jovem Nerd, B9, Sensacionalista, Tecnoblog, Spotify, DynAdmic e Catraca Livre. Nesse contexto, a bagagem e experiência trazidas pela boo-box – empresa criada por Marco Gomes e especializada em tecnologia para publicidade e mídias sociais que acumulou cinco anos de atuação em programático e 1.500 anunciantes – fortalece uma nova jornada nesse mercado: “Poder negociar os formatos padrão de mídia display de forma programática é muito importante nessa estratégia. Isso permite que tenhamos um alcance muito maior e que sejamos mais ágeis e precisos”, complementa Mafra.

A mídia programática tem sido uma fonte para impulsionar o aumento de receita e aproveitamento de inventário dos publishers que fazem parte da rede da boo-box/ftpi, composta por 700 mil sites e 60 milhões de usuários únicos. Atualmente, mais da metade das negociações da companhia já é representada pelo programático.

“O ideal é que um dia seja 100% e mesmo as negociações diretas sejam concretizadas via programático. É mais prático para todo mundo”, afirma o CEO, que acredita na continuidade de um crescimento sólido e estável no mercado brasileiro de mídia programática, mesmo com a crise econômica, o que abre espaço para novas experimentações por parte de anunciantes. Como destaca Mafra, o plano é investir é investir em formatos mais criativos, mais conectados com o conteúdo e principalmente mais eficientes.

Além disso, a empresa também projeta expansão para outros mercados na América Latina nos próximos anos. Os primeiros passos, contudo, já têm sido dados a partir da integração entre oferta e demanda com alguns parceiros na Argentina, Colômbia e Estados Unidos.

Conteúdo e qualidade

O desafio de desenvolver mídia em forma de conteúdo passa essencialmente pelo alinhamento da boo-box/ftpi com as diversas partes envolvidas nos projetos (anunciante, agência e publisher). Um processo que inclui “indas e vindas” e que exige o cumprimento das exigências estabelecidas tanto por anunciante quanto veículos.

“E ao contrário da produção publicitária comum, que é mais controlada, é preciso lidar com aspectos típicos da produção de conteúdo, como participação do público, por exemplo. Além disso, um conteúdo precisa ter qualidade. Ele é um material editorial oferecido pelo anunciante no qual o produto se contextualiza e não um material publicitário. O mais importante é nunca fazer propaganda velada. Se há uma publicidade no conteúdo, isso tem que ficar claro para o usuário”, enfatiza Guga Mafra.

Por enquanto a companhia ainda não tem sentido grandes impactos do aumento da adoção de ad blockers pelos usuários brasileiros, algo esperado pelo mercado como reflexo de uma tendência global. “A gente tem estudado algumas soluções, mas no fim o melhor é cuidar para que a publicidade seja relevante e em um nível adequado. Publicidade irritante vai prejudicar você, com ad blockers ou não”.