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WPP assume controle do Grupo Máquina; Fraudes podem trazer prejuízos globais de US$7 bilhões em 2016

No giro de notícias da semana, maior conglomerado de comunicação e publicidade do mundo, a britânica WPP, adquire participação majoritária da agência de RP brasileira Grupo Máquina; ANA e White Ops alertam para necessidade de intensificação de combate à fraude pela indústria digital; pesquisas mostram hábitos dos consumidores no mobile; YouTube continua a atrair altos investimentos de varejistas norte-americanos; Snapchat desperta atenção de compradores de mídia

WPP compra participação majoritária do Grupo Máquina

A Cohn & Wolfe, agência de comunicação que integra a WPP, anunciou na segunda-feira (18) a aquisição do controle da empresa de relações públicas brasileira Grupo Máquina, apontada como a quarta maior do segmento no Anuário da Comunicação Corporativa 2015.

Os valores da transação, bem como as participações, não foram revelados. A companhia brasileira, fundada por Maristela Mafei em 1995, passa integrar o maior conglomerado de comunicação e publicidade do mundo com o nome Máquina Cohn & Wolfe. Maristela mantém-se no cargo de diretora-geral, respondendo diretamente à CEO da Cohn & Wolfe¸ Donna Imperato.

Essa é a quarta aquisição do grupo britânico WPP no Brasil nos últimos anos. Em 2014, a Kantar Media, divisão de gestão da informação da WPP, comprou a participação majoritária do Grupo Ibope Media, assumindo a liderança em métricas de audiência televisiva. E mais recentemente, em setembro de 2015, adquiriu as agências de RP e conteúdo digital Ideal e Concept-BR – que foram absorvidas por outras três agências controladas pelo grupo no país, Hill+Knowton, Burson-Marsteller e Ogilvy PR.

A negociação reforça a expansão de grandes grupos estrangeiros de publicidade no país – que teve como um de seus episódios de destaque a aquisição do Grupo ABC pela Omnicom no fim de 2015 –, tendência impulsionada pela alta do dólar e desvalorização da moeda brasileira.

Fraudes podem trazer prejuízos globais de US$7 bilhões em 2016

O combate às fraudes digitais têm sido um dos focos da indústria digital e programática em todo mundo, contudo, uma nova pesquisa divulgada pela Association of National Advertisers (ANA) e produzida em parceria com a White Ops indica que os níveis de fraude na publicidade digital não têm se alterado.

Ao monitorar anúncios digitais de 47 empresas durante um período de dois meses, no terceiro trimestre de 2015, o levantamento apontou que os níveis de fraudes sofreram poucas mudanças: a taxa de impressões relacionadas como ações de robôs e bots foi de 3% a 37%, enquanto em 2014 a média foi de 2% a 22%. Na avaliação da associação, a indústria tem sido lenta para reagir às fraudes e precisa fazer mais para resolver o problema. ANA e White Ops estimam que aos prejuízos globais causados por frades podem superar US$ 7 bilhões esse ano.

Também essa semana, o Google divulgou o bloqueio a mais de 780 milhões de anúncios maliciosos ao longo de 2015 em sua plataforma. Essas publicidades vão contra as políticas da empresa, sendo que a maioria traz anúncios de produtos falsificados, promessas enganosas, como remédios milagrosos para a perda de peso, e publicidades com tentativas de ataque por phishing e instalação de software malicioso.

O consumidor brasileiro no mobile

A rápida adoção de smartphones pela população brasileira fez com que o país se tornasse o maior mercado mobile da América Latina. A penetração desses dispositivos é alta, especialmente entre os jovens: 90% dos internautas brasileiros até 34 anos possuem um smartphone. Nas faixas etárias superiores o cenário não é diferente, sendo que a penetração dos aparelhos é de 83% entre 45 e 55 anos, conforme aposta pesquisa conduzida pela Mobile Marketing Association (MMA), Millward Brown, Netquest, Adsmovil, Mirum, ROIx e Zenvia.

De acordo com o eMarketer, o estudo mostra que a maioria dos usuários móveis do país prestam atenção nos anúncios digitais pelo menos algumas vezes – mas muito poucos afirmam fazer isso sempre. Os mais velhos costumam prestar mais atenção nos ads do que os mais jovens (confira gráfico do eMarketer ao lado, em inglês).

A pesquisa também revela que os smartphones têm sido comumente utilizados para pesquisar produtos e preços em sites de ecommerce, mas a conclusão da compra acontece no desktop. O eMarketer estima que 41,1 milhões de brasileiros vão fazer ao menos uma compra digital em 2016, um crescimento de 10,1% sobre o último ano. Já o número de pessoas que pesquisam produtos nas plataformas digitais deve dobrar.

YouTube continua a atrair altos investimentos de varejistas norte-americanos; Snapchat ganha destaque

Os gastos com anúncios em vídeo no YouTube pelas dez maiores varejistas dos Estados Unidos aumentam ao longo de 2015 e a expectativa é que a plataforma do Google continue liderando o share em receitas de vídeo no país. Segundo relatório da Pixability, plataforma especializada na compra de vídeo ads, as duas empresas que mais investiram no YouTube no ano passado foram: Wal-Mart, cujos os gastos saltaram de US$600 mil para US$2,5 milhões do primeiro ao último trimestre de 2015; e Target, que elevou seus gastos de U$57 mil para US$1,8 milhões. O mapeamento mostra, contudo, que muitas marcas diminuíram seus investimentos na plataforma, como Lowe’s, The Home Depot, CVS e Amazon.

A previsão do eMarketer é que as receitas de anúncios em vídeo nos EUA do YouTube caiam 6,7% em 2016, sendo que o share da companhia nesse mercado também deve encolher, por conta do avanço de players como Facebook, Twitter, Yahoo e Vimeo. Mesmo com 17,7% de share do mercado americano de publicidade em vídeo, o YouTube continua como maior player.

Além disso, o eMarketer também divulgou nessa sexta-feira (22) uma pesquisa que revela que novas plataformas sociais têm atraído o interesse de compradores sênior de mídia dos EUA: cerca de 22% planejam começar a anunciar no Snapchat, especialmente apara atingir consumidores “millennials”. Em seguida, aparecem nos planos desses profissionais Instagram (12%) e Pinterest (12%).