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O problema não é a TV, é o conteúdo

As telas menores não substituíram as telonas. Essas ganharam ainda mais força conectadas à internet e com imagens em alta resolução, mas esqueça aquela programação tradicional. Como analisa Edmardo Galli (foto abaixo), diretor geral LATAM da IgnitionOne, em artigo exclusivo para o ExchangeWire Brasil, o conteúdo terá que se adaptar ao usuário.

Há tempos se fala que a televisão está morrendo e que os outros dispositivos irão tomar seu lugar de vez. Bom, sabemos que isso não é inteiramente mentira pois, de fato, de acordo com uma pesquisa da Ooyala, a porcentagem de conteúdo em vídeo assistido em dispositivos mobile cresceu mais de 2000% nos últimos 5 anos. Contudo, ao mesmo tempo, a porcentagem de conteúdo acima de 10 minutos assistidos em televisões aumentou 72%, somente em 2015.

Soma-se a isso o novo estudo da IAB, “The Changing TV Experience”, que comprova que, atualmente, mais da metade (54%) do conteúdo assistido em televisões nos EUA não são os tradicionais, mas sim de serviços de streaming, sendo Netflix o principal deles. Ou seja, pela primeira vez na história, a televisão é mais usada para consumir conteúdos de terceiros do que dos seus provedores originais.

Edmardo Galli, diretor geral LATAM da IgnitionOne

Todos esses dados nos levam a crer que, o problema não é a TV, mas sim o conteúdo. E quando falo de conteúdo, não estou falando necessariamente dos programas exibidos. Estou me referindo ao modelo tradicional de televisão, hoje já obsoleto.

No mundo de hoje, não há mais tempo para ficar na frente da TV, esperando um programa começar. Queremos conteúdo em qualquer lugar e qualquer hora, em qualquer dispositivo. Mas assim como o revival recente dos discos de vinil ou as crescentes dimensões dos principais smartphones, quanto maior a tela, melhor. Mais espaço para ver os detalhes, prestar atenção nas nuances, mais pixels para assistir em full HD.

Soma-se, ainda, o fato de que o número de usuários de TVs conectadas nos EUA cresceu em 20,6% em 2016, e eles representarão 71,2% dos usuários de internet americanos em 2020 (eMarketer). Os números relacionados a TVs conectadas continuam crescendo, e não pretendem parar.

Com possibilidades como bluetooth, Chromecast ou até mesmo o bom e velho cabo HDMI, reproduzir o conteúdo dos nossos dispositivos móveis em nossas televisões está mais fácil do que nunca. Isso sem falar dos apps próprios para as TVs, como YouTube, Netflix, que dispensam a utilização de outros dispositivos.

As pessoas não querem mais se submeter aos horários dos conteúdos. Nós queremos que os conteúdos se adaptem aos nossos horários. E é isso que temos conseguido. Mas, claro, não abriremos mão de qualidade e, até hoje, nada diz qualidade como uma bela Smart TV 4K, reproduzindo vídeos sob demanda. A TV conectada é a nova velha tela e, quando diz respeito às nossas casas, ela ainda é a nossa principal.