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Tendências mobile no Brasil

Habilitar a localização do celular para enviar a um amigo, assistir a vídeos e realizar pagamentos móveis deixam de ser simples tarefas executadas por meio desses aparelhos e passam a ser insumos importantes para estratégias de mobile marketing. No artigo, Edmardo Galli, CEO da IgnitionOne no Brasil, chama a atenção para os hábitos mobile dos brasileiros que podem gerar insights e oportunidades importantes para as marcas. 

2015 foi um ano de mudanças para todos nós. O Brasil enfrentou (e ainda enfrenta) uma das suas piores crises, eventos nunca vistos antes na política nacional, alta do dólar. Mas, paralelamente, presenciamos o surgimento de novos comportamentos adotados em relação ao uso da tecnologia.

O que chama muito a atenção é relação do brasileiro com seus dispositivos móveis. Nos últimos anos vimos um aumento do uso dos celulares para atividades do dia-a-dia como se locomover na cidade, buscar rotas de transporte público, assistir conteúdo (como YouTube e Netflix), ouvir música, realizar pagamentos, se comunicar, etc. São tantas as funções que já não vivemos sem nosso companheiro tecnológico. Contudo, determinados padrões e tendências podem ser observados nesse consumo que a cada dia se torna mais comum. O instituto de pesquisa eMarketer possui ótimos dados que podemos usar para entender melhor essas tendências.

A primeira dessas tendências é o uso de geolocalização. Com o desenvolvimento tecnológico dos celulares, é possível utilizarmos nossa localização no planeta com inúmeras finalidades, e os brasileiros parecem estarem descobrindo isso com muita rapidez.

gráfico 1

De acordo com o eMarketer, 39% dos brasileiros usaram serviços de geolocalização com qualquer finalidade. A principal delas é o de desviar do trânsito/traçar rota (23%), seguido de chamar um taxi (10%) e avisar aos amigos onde está (10%). O interessante aqui, é observar que uma funcionalidade que já estava em alta nos EUA, por exemplo, está ganhando forma e seguidores por aqui. E mais interessante ainda são as possibilidades que isso abre para marcas realizarem ações e ativações baseadas em geolocalização. Podemos, por exemplo, fazer conquest, um tipo de comunicação na qual, ao identificar que um consumidor está na loja de um concorrente, é possível oferecer uma condição especial caso ele saia de lá e vá para sua loja. Esse é apenas um dos exemplos do que a geolocalização permite.

A segunda tendência nos diz que smartphones já são a plataforma preferida dos jovens (14-17 anos) para assistir vídeos. Mais da metade (57%) já usa mais o celular do que qualquer outra tela para vídeos, em comparação a preferência de 42% da população geral.

gráfico 2

Em segundo lugar, como era de se esperar, está o desktop (27% para jovens, 33% geral). Os dados, à primeira vista, podem parecer um pouco óbvios, mas o interessante é observar as diferenças. No geral, a disparidade entre desktop e mobile é de apenas 9%. Já entre os jovens, ela sobre para 30%, mais de três vezes. A preferência é abismal. Ter conhecimento desse comportamento abre várias possibilidades para impactar esse público com conteúdo relevante em um dos seus canais favoritos. É possível trabalhar com pre-rolls, vídeos 360°, conteúdo interativo, tendo sempre em mente a plataforma na qual ele está sendo assistido.

A última tendência diz respeito aos pagamentos realizados por celular. Há um consenso de que existe uma resistência em relação a realizar pagamentos em plataformas mobile, e ele é comprovado pela quase unanimidade de 93% de pagamentos realizados via desktop.

gráfico 3

No entanto, é importante observar que, de um ano para o outro, o uso de smartphones para pagamento aumentou 24%, chegando a quase metade dos respondentes (45%). Ao que tudo indica, os brasileiros estão finalmente aceitando a segurança de pagamentos mobile e, aos poucos, migrando para esse dispositivo. Oferecer uma experiência de compra mobile simples, eficiente, rápida e segura para o usuário não é mais recomendável, mas sim essencial. O número de pessoas que buscam um produto no celular e apenas finalizam a compra no desktop está diminuindo. E, mesmo para esse público já existem soluções eficazes para identificar e trackear esse usuário, oferecendo uma ótima experiência tanto no mobile durante a busca, quanto no desktop, na finalização da compra.

O comportamento dos brasileiros em relação aos dispositivos mobile está mudando rapidamente. É essencial que nos adaptemos na mesma velocidade. Cada tendência não observada é uma oportunidade perdida.