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Unimídia e multitela: todas as telas integradas

Em um mundo conectado, como o nosso, há mais como determinar onde termina a influência de um meio e onde começa a de outro. Nesse artigo, Paulo Leal, diretor geral da Zoomin.TV Brasil, ressalta como a televisão, a revista, o jornal, a OOH estão ganhando terreno no digital, ao mesmo tempo que as parcerias entre veículo, publishers, agências e clientes ganham força. 

O mercado publicitário muito se acostumou no embate direto e concorrente de comparar um meio a outro, como um duelo frenético e ferrenho pelas disputas de verbas dos anunciantes. Contrapor o meio televisão, ao digital, à revista, ao jornal, ao radio e à mídia OOH não faz mais sentido algum.

A verdade que se apresenta nos faz repensar esse modelo até então por exclusão, mas sim pela adição. A televisão mantém sua supremacia naturalmente por ser um serviço de entretenimento gratuito e acessível. Cobre 99% do território nacional e está presente em todos os lares brasileiros. Um grande diferencial, inegavelmente. O rádio segue soberano nas comunidades locais, bem próximo ao ouvinte, literalmente ao pé do ouvido dos brasileiros.

A mídia impressa segue estável, cresce em alguns segmentos, se reinventa e coloca seu conteúdo nas plataformas online e mantém a sua força de mercado.

Paulo Leal, diretor geral da Zoomin.TV Brasil

A mídia online, embora tenha cobertura de metade da população brasileira, pela limitação tecnológica e de redes de wifi, custos, dentre outros fatores, funciona como uma mira certeira em públicos diferentes, agregando dados e inteligência às campanhas e mensurando de forma clara e transparente os KPIs das marcas. O vídeo online democratizou e uniu todas as mídias e todos os meios, integrando-os em plataformas de mídia programática e unindo marcas, agências e veículos.

Todos os meios hoje estão participando ativamente dessa mudança de hábito do consumidor, que busca a boa informação, independentemente do device ou aplicativo tecnológico. A mídia online depende desse ecossistema onde todos ganham. A televisão, a revista, o jornal, a OOH estão ganhando terreno no digital e as parcerias bilaterais entre veículo, publishers, agências e clientes ganham força, em torno da formação de marketplaces para levar suas mensagens  a milhões de brasileiros. A era das plataformas chegou e unificou a busca pela relevância da mensagem. Seja editorial, seja comercial.

O branded content e a publicidade nativa estão em alta porque não sao intrusivos, como o comercial padrão de 30 segundos. Deixa de ser uma mensagem que interrompe e passa a ser a mensagem que interessa.

E a combinação do filme publicitário e o engajamento através do branded content soa como a química perfeita para marcas se comunicarem e engajarem mais consumidores, de forma inteligente e autêntica.

Nesse ambiente não há mais claramente a visão de quem concorre com o quê. Veículos, publishers, agências e clientes estão unidos pela eficiência da mensagem. Essa sim prevalece sobre todos os aspectos. Ser relevante através do conteúdo e não da forma de propagação. O mercado avança na direção de integrar melhor esses ambientes e parceiros, para chegar e atingir de forma amigável o consumidor. O conteúdo seguirá sendo rei e a plataforma, rainha. Claro que nesse oceano azul, há muito mais inventário que verba disponível.

Portanto, há que se aprofundar no que tem sido relevante em conteúdo confiável e protegido, para preservar as marcas nesse novo ecossistema. Há muito mais estoque de mídia disponível do que investimento.

Diferenciar-se, nesse cenário, tem sido a regra do jogo. A calda, ao invés de longa, agora deve ser diferenciada, precisa e relevante.

Certamente desafiador, mas um grande estímulo para todos nós que estamos reaprendendo a lidar com novos formatos, novas plataformas, marketplace, parcerias, engajamento e relevância da mensagem. Por isso nossa atividade e profissão têm sido tão estimulantes como nunca.

Esse tem sido nosso novo combustível nas empresas para seguir e trilhar esse admirável mundo novo, desde 1984. George Orwell estava certo em suas previsões, há 35 anos. O futuro chegou, de fato.  Bem vindo ao presente!