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Microsoft e IBM ampliam receitam com cloud; Yahoo e Netflix lutam com baixos desempenhos

Essa semana, companhias como Microsoft, Netflix, Yahoo! e IBM apresentaram seus resultados para o segundo trimestre de 2016. Abaixo você confere os principais detalhes sobre os balanços.

Dentre os números divulgados pela Microsoft, na quinta-feira (19), o que mais chama atenção, apesar do faturamento menor, é o crescimento de 102% na oferta de nuvem Azure no último trimestre – um sinal para o mercado de que a companhia está avançando em direção à liderança da Amazon.

De modo geral, os lucros superaram as expectativas dos analistas, apesar da queda de 22,2% na receita em relação ao mesmo trimestre do ano passado, chegando a US$20,6 bilhões. O lucro registrado no período foi de US$3,1 bilhões. A receita dos serviços Intelligent Cloud (Azure e softwares on-premisses) subiu 7% para US$ 6,7 bilhões. A receita com Office 365 na nuvem cresceu 54% em relação a clientes comerciais e 19% no segmento consumer. Já a receita com search advertising (excluindo aquisição de tráfego), aumentou em 16% graças aos crescentes benefícios oferecidos no uso do Windows 10.

Embora seja muito cedo para reportar ganhos com o LinkedIn, o CEO Satya Nadella comentou sobre a importância estratégica do negócio. Segundo ele, o LinkedIn pode ser útil para indústrias de treinamento, recrutamento e marketing à medida que a Microsoft busca aproximar-se ferramentas e soluções colaborativas.

IBM mantém bom desempenho

A Microsoft não é a única empresa que está entrado mais forte no mercado de nuvem para desafiar a Amazon e Google. Na segunda-feira (18), a IBM revelou um crescimento de 30% na receita com nuvem, o que mostra que a companhia deve continuar concentrando esforços nesse negócio: “A IBM continua a se estabelecer como uma companhia na liderança de soluções cognitivas e plataformas de cloud”, reforçou o CEO Ginni Rometty em comunicado.

Há 17 semestres seguidos a empresa tem mostrado crescimento anual em receita, no entanto, a situação pode mudar. Os resultados para o trimestre alcançaram US$ 20,2 bilhões, um pouco abaixo dos US$ 20,6 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Somados, cloud, social, mobile segurança, analytics e Watson representam 38% da receita global da empresa (acima dos 37% do primeiro trimestre).

Desde o início desse ano, a companhia efetuou 11 aquisições que totalizaram em US$ 5 bilhões, um dos investimentos mais significativos da companhia em aquisições e que deve ter impactado seus resultados. Dentre as empresas adquiridas está a The Wheather Company, comprada em janeiro, uma aposta da IBM em Internet das Coisas.

Yahoo continua lutando à medida que aproxima de sua venda  

Na segunda-feira (18), o Yahoo apresentou seu provável último balanço enquanto empresa de capital aberto. Os números ficaram dentro das previsões dos analistas, mas acabaram em segundo plano em um momento em que todas as que as atenções agora estão voltadas para uma possível venda do Yahoo, aguardada pelo mercado.

O lucro líquido no período foi de US$ 842 milhões (20% menos que o mesmo período do ano passado). O prejuízo, por outro lado, aumentou de US$ 22 milhões para US$ 494 milhões. Mesmo assim, a companhia registrou um crescimento de 5% neste segundo trimestre em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, atingindo US$1,3 bilhões. As receitas tanto de search quanto display sofreram queda, caindo para 13% e 7% ano sobre ano, recuando para US$ 711 milhões e US$ 470 milhões, respectivamente.

Nesse último trimestre, o Yahoo apresentou diversos produtos com objetivo de ampliar as oportunidades para os anunciantes, como a parceria com a Moat, com foco em vídeo nativo. Além disso, novas funcionalidades foram introduzidas, como o Yahoo Storytellers, focada em produção de conteúdo, e o Yahoo Tiles, direcionada para o mobile.

Segundo Marissa Mayer, CEO do Yahoo, a companhia dedicou-se a construir uma estrutura de custo mas baixa e reduziu funcionários na última década, o que levou a um progresso sólido em 2016, que inclusive superou expectativas em algumas áreas nesse quarter. Apesar dos avanços, o Yahoo segue à venda e informou que aceitaria as rodadas finais de lances de compradores interessados em seu core business até o fim da segunda-feira, quando reportou seus resultados.

Netflix vê desaceleração no crescimento de assinantes

No reporte divulgado essa semana, o Netflix informou que deixou de ganhar 1,7 milhões de novos assinantes no segundo trimestre, a menor taxa de crescimento da empresa e um número bem inferior aos 2,5 milhões de esperados. A companhia atribuiu a queda à perda de usuários mais antigos devido ao aumento dos preços. A expectativa do Netflix para o próximo trimestre é atrair dois milhões de assinantes internacionalmente.

Nos últimos anos, a empresa investiu pesado em sua expansão global e em produção de conteúdo, gerando a necessidade de elevar suas receitas. Aumentar os preços tem sido uma das soluções encontradas, contudo, o Netflix poderá contar em breve com um novo fluxo de receita nos Estados Unidos à medida que ganha acesso ao X1 box da Comcast e amplia suas parcerias com provedores de cabo. Apesar disso, essas novas parcerias não são garantia de crescimento nos lucros.

Alguns analistas do mercado acreditam que as ações da empresa podem cair ainda mais, devido aos resultados. “A companhia simplesmente não está gerando caixa suficiente. Os custos de conteúdo estão aumentando. Eu acho que a expansão internacional é de baixa qualidade”, afirmou Larry Haverty da Gabelli Funds, em entrevista à CNBC. Ele também também ressaltou o aumento dos desafios conforme novos concorrentes ganham espaço no mercado.