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Hive cria núcleo de martech de olho em grandes clientes

Marketing e tecnologia vêm se misturando ao longo dos últimos anos para fornecer ferramentas e aplicações tecnológicas capazes de suportar estratégas tanto em ambientes digitais quanto off-line. De olho nesse mercado, a desenvolvedora brasileira Hive Marketing Technology investiu na criação de um núcleo de MarTech, dedicado à automação de processos de marketing, que deve faturar a R$ 1,5 milhão até o fim do ano, sendo que a expectativa é atingir R$ 4 milhões em 2017.

Localizada em São Paulo, a Hive nasceu como uma desenvolvedora de games há dez anos e evoluiu para o fornecimento de tecnologias de marketing a partir da identificação de pontos de contatos entre o mundo dos games e o dos consumidores. Essa ideia de unir jogo à publicidade vem ganhando espaço globalmente como alternativa para atrair a atenção dos consumidores no ambiente online em meio à saturação de informações.

Para Mitikazu Lisboa (foto), CEO da Hive, o mercado de MarTech no Brasil ainda está cru, o que gera uma grande oportunidade. “Em um mercado que ainda está aprendendo a usar tecnologia para o marketing, qualquer ação de sucesso gera ganhos tremendos. Assim como diversas outras competências humanas, o marketing está caminhando para a automação. Cerca de 30% dos empregos que existem hoje serão substituídos por robôs em 2025”, afirma o executivo.

Desse modo, tarefas como SAC, CRM, compra de mídia e produção de textos e passam a ser facilmente automatizáveis por inteligências artificiais. Automação que, segundo Lisboa, deve se dar em todas as áreas, inclusive no encontro entre as tecnologias de marketing e advertising, uma tendência bastante discutida na indústria global. “Daqui a uns 5 anos será muito difícil diferenciar o que é martech e adtech. Isso sem falar em novas tecnologias oriundas da fusão de Martech e Fintech”.

Custo e performance

O ano de 2015 foi desafiador para a Hive, principalmente porque sua receita ainda era majoritariamente baseada no desenvolvimento de plataformas digitais para marcas de consumo. O cenário hoje é bem diferente, segundo Mitikazu Lisboa, já que empresas estão buscando soluções de melhora de performance influenciadas pela crise. Desse modo, a expectativa da companhia para 2016 é crescer mais de 25% em relação ao ano anterior.

O conceito de “advergames” orienta todo o portfólio de soluções da desenvolvedora, como sua plataforma denominada PromoTag, que utiliza a mesma mecânica de jogos (como sistema de pontos e mecânicas de premiações) na estruturação de uma promoções online. A ferramenta foi desenvolvida para centralizar a criação e gestão de promoções online, facilitando a vida das marcas, que muitas vezes acabam investindo em soluções próprias. Atualmente, a solução é utilizada por empresas como P&G e Ambev para gerenciar as promoções de suas diversas marcas.

“Estamos falando de redução de custo e melhora de performance. A automação de marketing por meio dessa plataforma economiza muito dinheiro para as marcas, evitando o desenvolvimento do zero a cada promoção”, explica Lisboa. A gestão de dados gerados pelas promoções também passa a ser unificada, permitindo o aproveitamento de dados de uma promoção para direcionar anúncios e ações sobre novas promoções. Com base nesses dados, também é possível testar fluxos de cadastros identificando características que aumentariam as chances de uma pessoa se cadastrar. “O que importa é o dado. Você tem que converter visitante em cadastrado e o algoritmo é o que pode dar insights relevantes”.

Outra aposta da companhia é uma solução de inteligência artificial, chamada Beetbot, que consiste em um chatbot que conversa com consumidores para automatização de tarefas de CRM e conversão de vendas de visitantes das plataformas digitais das marcas. Lançada há pouco mais de um mês, a plataforma permite a geração de leads e coleta dados dos usuários, além de reduzir custos, sendo que a Hive já está desenvolvendo quatro robôs para grandes empresas dos segmentos de consumo, governo e ensino. “Atualizar toda a cadeia de CRM é uma oportunidade enorme para as empresas. Não tem faz mais sentido uma empresa ter 20 pessoas em um SAC, enquanto a agência cria regras de relacionamento com o consumidor, quando você tem um algoritmo que pode fazer isso com muito mais eficiência do que qualquer humano”, complementa o CEO.

Além disso, a Hive conta com mais duas soluções em seu portfólio: uma é Beepos, desenvolvida com referência em campanhas de member get member, que aproveita do poder da rede de contatos de seus clientes, transformando-os em um importante canal de mídia. A ferramenta que já é utilizada por empresas como Camargo Alfaiataria, Estúdio Geek e Paula Ferber, no Brasil, e na rede de concessionárias Mitsubishi, nos Estados Unidos; e por fim, a solução Score, uma plataforma de gamefication para engajar equipes de vendas.