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A tecnologia digital em 2016

Information of everything, aprendizado avançado das máquinas, entrosamento entre arquitetura de app e serviço. Em novo artigo, Edmardo Galli, CEO da IgnitionOne no Brasil, comenta as principais tendências e inovações tecnológicas apontadas pelo Gartner para o próximo ano.

No fim do ano passado nós dissemos que 2015 seria o grande momento do marketing digital no Brasil. Não poderíamos estar mais corretos. Mesmo com a crise que assola o país, 2015 foi um período de crescimento acelerado para o mar tech e ad tech em nosso país, com desenvolvimentos e inovações nunca vistas antes por aqui. E o melhor de tudo: 2016 será ainda melhor.

2015 foi o ano da consolidação da publicidade programática, do marketing de dados, e das plataformas de marketing cloud. E o recado foi dado: cheguei pra ficar! Começamos a perceber que o futuro (e o presente!) se chama “marketing de dados”, que vai além do simples remarketing, do last click ou do SEM. Esses e outros avanços constatam que o mar tech saiu da sua infância em 2015.

E agora? A fase mais difícil, a pré-adolescência. Se 2015 foi o ano do aprendizado teórico, dos testes e acertos... 2016 será o ano da aplicação prática, do fine-tunning. O ano em que o cloud marketing começa a ganhar clientes em maior volume.

O próximo ano também será um período de muitas inovações e tendências tecnológicas. Quer saber as principais? A Gartner, um dos maiores institutos de pesquisa do mundo, nos ajuda a entendê-las.

A primeira delas é o Entrosamento de Dispositivos. Cada vez mais as tecnologias e dispositivos possuem sensores que coletam nossos dados e os tornam mais inteligentes. A Gartner prevê que estes sensores, que tendem a trabalhar em silos hoje, irão trabalhar cada vez mais em conjunto, resultando em mais insights sobre nossos padrões diários.

Em seguida, temos o Ambiente de Experiência do Usuário. Para a Gartner, isso refere-se a capacidade destes dispositivos e sensores de coletarem dados mais contextuais. Em outras palavras: os dispositivos e sensores se tornarão tão inteligentes que serão capazes de organizar as nossas vidas sem sequer notarmos.

Não necessariamente uma novidade, mas ano que vem veremos o desenvolvimento muito acelerado da Impressão 3D. Empresas como Tesla já se utilizam dessa técnica para construir, por exemplo, peças de motor, e o SpaceX para criar peças de foguetes. Melhores aplicações da tecnologia para trabalhos com material biológico e alimentos será o próximo passo, segundo o Gartner.

Outra tendência é a Informação de Tudo (Information of Everything). De acordo com a Gartner, até 2020, 25 bilhões de dispositivos serão responsáveis por gerar dados sobre quase todos os temas imagináveis. Isso é igualmente desafiador e oportuno pois teremos uma grande quantidade de dados, mas dar sentido a eles será o grande diferencial. As empresas que aproveitam o poder desta onda de informação irão se posicionar muito à frente de seus concorrentes.

Aprendizagem Avançada das Máquinas significa exatamente o que parece: de forma crescente, as tecnologias serão capazes não só de coletar informações, mas também aprender com e sobre elas. Ou seja, a análise inicial de algo que hoje é feita por humanos, poderá ser feita por máquinas, tornando a análise mais precisa e confiável.

Agentes e Coisas Autônomas é a próxima tendência apontada pelo Gartner. O potencial de robôs de superar os seres humanos em sua capacidade para realizar tarefas irá aumentar rapidamente. Dois ótimos exemplos atuais disso são o carro dirigível e o drone, ambos em aperfeiçoamento para poderem adentrar nosso dia a dia.

Arquitetura de Segurança Adaptável é o que vem para atender a maioria dos CIOs, que listam segurança como sua principal prioridade. Até agora, a estratégia mais comum era jogar na defensiva, mas o Gartner prevê que mais ferramentas estarão disponíveis para que essas estratégias se tornem "ofensivas", alavancando a modelagem preditiva, por exemplo, permitindo que os aplicativos se protejam.

Depois, temos a Arquitetura do Cliente Avançada. O Gartner observa que as empresas estão esforçando-se para fazer com que a tecnologia imite cérebros humanos, e isso não deve mudar. Um bom exemplo atual é o Facebook Deepface, tecnologia de reconhecimento facial.

O terceiro ponto é o Entrosamento entre Arquitetura de App e Serviço. Mais apps estão sendo construídos para estarem interligados, e o valor da combinação deles é muito maior do que a soma das partes. Por exemplo, pela Lyft ter conseguido integrar ofertas em outros países, a sua capacidade de expandir sua oferta para os clientes tradicionais que estão viajando no exterior significou um crescimento mais acelerado com custos mínimos.

Por fim, temos a Arquitetura e Plataformas da Internet das Coisas. O Gartner constatou que os fornecedores de plataformas da Internet das Coisas estão fragmentados hoje, e se beneficiariam muito ao formar um ecossistema consistente, no qual os dados são compartilhados de forma mais ampla.

Certamente, 2016 será um ano muito interessante para o mercado digital. Com tantas novidades em alta, somadas a inevitável consolidação do que aprendemos em 2015, posso afirmar que teremos um ano de terreno fértil para o desenvolvimento ainda mais acelerado de tecnologias, ferramentas, dispositivos e soluções que facilitarão nossas vidas tanto pessoal, quanto profissionalmente.