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Tremor Video visa clientes multinacionais em primeiro ano no Brasil

Com previsões não tão animadoras para investimentos de empresas nacionais em mídia programática, Tremor Video aposta em anunciantes multinacionais para consolidar estratégia no Brasil. Greg Smith, head de Internacional e Programático da Tremor Vídeo, e o country manager Rafael Pallarés comentam economia brasileira e expectativas de crescimento em entrevista ao ExchangeWire Brasil.

A estratégia internacional é uma das prioridades para a americana Tremor Video, plataforma premium de vídeo multi-tela. Após recente aquisição da australiana TVN, provedora líder de soluções de programmatic video advertising da região Ásia-Pacífico, a companhia anuncia sua entrada no Brasil com abertura de um escritório em São Paulo, tornando-se a primeira pure play SSP (Supply Side Platform) de vídeo do mercado.

O investimento local foi motivado especialmente por perspectivas de crescimento promissoras no consumo de vídeo e também por conta de uma estratégia baseada na busca por mercados onde parceiros demand side estão estabelecidos. “Trabalhamos com parceiros globais, e muito estão no Brasil, mas estamos também em discussão com parceiros locais, como a Melt”, pontua Greg Smith, head de Internacional e Programático da Tremor Vídeo.

Apesar das incertezas na economia brasileira, o executivo afirma que este é o melhor momento para investir. “O dólar americano está alto, o que não é bom para os empresários do Brasil, que dependem do câmbio. Mas o principal fator é que o crescimento em vídeo programático é promissor. Não vemos como uma recessão, e sim como uma desaceleração da economia”, diz. Ele acredita que os anunciantes brasileiros talvez podem estar diminuindo os investimentos, mas não é o caso de clientes multinacionais – “estes estão realmente investindo em mídia programática e estão fazendo isso de forma global”, detalha.

Para Rafael Pallarés, que irá liderar a expansão local, a Tremor Video detém uma posição favorável no mercado brasileiro. “Somos uma plataforma focada em vídeo e o Brasil segue a tendência do crescimento de vídeo em todo mundo e a maior parte dele será em programático em alguns anos”, detalha o executivo que anteriormente atuou como sócio e diretor executivo da Antecipo, empresa de mídia digital fundada pela Aunica.

Segundo ele, as capacidades de analytics oferecidas pela plataforma somadas às conexões que a companhia possui no buy side ajudarão a promover uma estratégia de mídia programática de anunciantes e publishers.

Estratégia local

A expectativa da companhia é que as primeiras conversas iniciadas com publishers e empresas de mídia comecem a se desenvolver nesse primeiro ano. Greg Smith, head de Internacional e Programático, enxerga que o Brasil está vivendo um estágio inicial em vídeo programático, sendo que a maior parte da demanda será gerada por multinacionais, e não tanto pelas empresas brasileiras.

“Nós todos estamos investindo no mercado, e quando digo todos, quero dizer as SSPs e também as DSPs”, enfatiza. Dessa forma, a meta da companhia nesse primeiro ano está muito mais focada na realização de investimentos base, como reforçar o time que dará suporte a Rafael e, sobretudo, descobrir como ajudar os publishers brasileiros. “É como uma jornada, nosso objetivo é que a unidade cresça e seja rentável e que seja parte importante de nossa receita. Mas, inicialmente, vamos gastar mais tempo ouvindo do que falando”, conclui.

O country-manager Rafael Pallarés observa que o momento que o Brasil vive naturalmente gera uma preocupação, mas está longe de ser um impeditivo.  Assim, a Tremor Video tem como principais targets no país tanto companhias que possuem um legado em televisão e também promovem conteúdo em vídeo digital, distribuindo conteúdo em vídeo plataformas, como também companhias de mídia que são pure players em digital.“Um dos principais objetivos da Tremor é crescer a receita internacional na mesma  porcentagem que nossa receita total. Queremos basicamente construir uma presença forte no Brasil e na América Latina”, salienta.

Programático respondeu por 30% da receita registrada pela Tremor Video no segundo trimestre, uma alta de 18% em relação ao trimestre anterior. Já a receita total avançou 5,4% no período, alcançando US$ 46,1 milhões. Por sua vez, os produtos multi-tela, lançados no segundo trimestre do último ano, já respondem por quase metade da receita total da empresa.

Por agora, companhia não possui um plano imediato de expansão para outros países da região. “Nosso foco atualmente é o Brasil, mas estamos em constante contato com outros clientes da América Latina”, enfatiza Greg Smith.