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Mídia programática na mira da CPI dos Crimes Cibernéticos; Métrica Única medirá audiência multiplataforma de jornais

Dentre as notícias que foram destaque da semana, sub-relator da CPI dos Crimes Cibernéticos denuncia o financiamento dos crimes online pela mídia programática e acusa governo brasileiro de veicular publicidade em sites piratas; nova métrica é adotada para medir audiência multiplataforma de jornais brasileiros; Google se une com os maiores jornais do mundo para criar padrão universal e aberto – veículos brasileiros figuram na lista de apoiadores do projeto.

Mídia programática na mira da CPI dos Crimes Cibernéticos

Durante audiência da CPI dos Crimes Cibernéticos, realizada na quinta-feira (8), o sub-relator e deputado Sandro Alex (PPS-PR) apresentou denúncias que envolvem a mídia programática com o financiamento de crimes online. Além de lançar mão de números da Motion Pictures Association, o deputado listou sites brasileiros que fornecem filmes piratas e geram altas receitas com publicidade.

Além de empresas aéreas, automobilísticas e bancos, investigações da CPI identificaram anúncios do governo federal em sites piratas que permitem o download de filmes sem o pagamento dos direitos autorais. A mídia programática entra em discussão, já que os anúncios oficiais são distribuídos automaticamente por ferramentas que considera a audiência dos sites, sem fazer discriminação entre site lícito e ilícito, conforme destacou o próprio relator.

O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, que responde pela propaganda oficial, participava da audiência e declarou que não tinha conhecimento do fato e que as marcas do governo federal estão sendo usadas de modo inapropriado. Edinho informou que providenciará medidas para identificar e penalizar esses sites e disponibilizará as informações necessárias à CPI. Ele também reconheceu que há falhas no mecanismo adotado para determinar em quais sites as publicidades oficiais são veiculadas e afirmou que convocará uma reunião interna para debater o aprimoramento dos mecanismos de fiscalização, além da suspensão imediata dos anúncios em sites piratas.

Métrica Única medirá audiência multiplataforma de jornais brasileiros

O jornais brasileiros passarão a utilizar nova metodologia que medirá audiência multiplataforma, integrando métricas das plataformas impressa e digital. Anunciada essa semana, a Métrica Única de Audiência foi desenvolvida de maneira conjunta por IVC (Instituto Verificador de Comunicação), Ipsos e Comscore, e encomendada pela Associação Nacional de Jornais (ANJ).

A metodologia busca mostrar o tamanho real do universo multiplataforma de leitores de jornais no Brasil. Para tanto, foi elaborada com informações sobre o ambiente digital fornecidas pelo Comscore, que foram inseridas na base de dados do Estudo Geral de Meios (EGM) da Ipsos (considera nove regiões metropolitanas) e projetadas para todo o país com base nos dados do IVC. Esse tipo de métrica, que considera audiência multiplataforma de jornais, já é praticada em países como Inglaterra e Espanha.

Google se une com os maiores jornais do mundo para criar padrão universal e aberto

Google e 30 dos principais veículos internacionais anunciaram, na quarta-feira (7), novo acordo que firma a criação conjunta de um formato universal baseado em código aberto com intuito de facilitar e agilizar a publicação e distribuição de conteúdos digitais.  O novo padrão, nomeado de Páginas Móveis Aceleradas (AMP, da sigla em inglês), tem por objetivo tornar as páginas dos maiores jornais do mundo mais amigáveis em dispositivos móveis (celulares e tablets), fazendo com que sejam carregadas mais rapidamente.

Figuram na lista de veículos que pretendem utilizar o novo padrão veículos nacionais, como O Globo, Abril, Editora Globo, Folha e UOL. Em troca, o gigante de busca irá subir a posição das publicações que utilizam o formato. O padrão foi criado pelo Google com apoio do The Financial Times (Reino Unido), The Guardian (Reino Unido), EL PAÍS, Les Echos (França), NRC Media (Holanda), La Stampa (Itália), FAZ (Alemanha) e Die Zeit (Alemanha).

Esse novo padrão impacta diretamente na receita e audiência dos publishers, já que os leitores dão preferência aos veículos cujas páginas e conteúdos carregam mais rapidamente, o que pode impulsionar receitas de publicidade.