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“Apenas 20% dos anúncios em vídeo são visualizados”, alerta Teads

Em recente palestra no Proxxima, a Teads explicou os modelos de programático vídeo e defendeu anúncios menos invasivos ao usuário. Para a empresa, isso é muito importante especialmente no Brasil, com grande potencial para crescimento do mercado devido à forte cultura televisiva no país.

Além de chamar atenção para o fato de que apenas 20% desse conteúdo ser visualizado, Eric Tourtel, vice-presidente sênior da Teads na América Latina, chamou atenção para o skippable — muito comum no YouTube, por exemplo, no qual o usuário vê obrigatoriamente alguns segundos de anúncio e recebe a opção de “pular” antes do término da peça. Segundo ele, 90% da audiência não visualiza o vídeo até o fim.

Thiago Bispo, TeadsEm entrevista ao ExchangeWire Brasil, o diretor de negócios da Teads Brasil, Thiago Bispo (foto), vai mais a fundo nesse desafio do setor e defende formatos menos invasivos, com o InRead. Nesse modelo, o vídeo é inserido no meio de um texto. Entre os clientes da empresa, estão Forbes, O Globo, The Washington Post, The Guardian, entre outros, os quais a empresa alega que o brand awareness chega a crescer até 50%.

“É um formato que não impede que você leia o artigo ou a matéria. É só continuar o Scroll down ou o Scroll Up que o vídeo some sem nenhum problema. Ele não entra na frente do conteúdo editorial como o Pré-Roll faz, te obrigando a esperar para ver o que você realmente quer”, diz Bispo. Ele enfatiza a possibilidade de direcionamento de conteúdo adequado ao perfil da audiência. “Além de tudo isso, se mesmo assim, o usuário quiser fechar o vídeo, ele é totalmente Skipable, com um botão grande e bem visível”, completa.

A confiança no formato e nas possibilidades de direcionamento faz com que a empresa defenda um novo modelo de precificação, chamado view-to-pay, no qual o anunciante paga por vídeo, apenas quando o mesmo foi visualizado integralmente.

Do lado dos anunciantes, a Teads trabalha com nomes como Cartier, Gucci, Breitling, Louis Vuitton e Emirates. No Brasil, acaba de anunciar um novo escritório, em São Paulo -- estudado desde o ano passado, quando a companhia passou por uma reformulação da marca. Ainda assim, já trabalha com clientes locais como O Globo, e a receita local representa mais da metade do mercado latino-americano.

Vale lembrar que o mercado de anúncios em vídeo deve chegar ao faturamento global de US$ 11,4 milhões em 2016, de acordo com recente projeção da Magna Global.

Estruturação

Bispo ainda chama atenção para a coexistência do formato programático com as vendas tradicionais, dado que a automação é um tema altamente explorado no momento no país, com chegada de novos players europeus e norte-americanos. “Não só no Brasil como no mundo. A evolução ou não da compra de vídeo de forma programática encontra os mesmos desafios de qualquer outro tipo de formato display. Não é um problema de formato, mas sim de modelo de negócio, de entendimento da cadeia e estrutura de compra e venda. Com a chegadas de todas as DSPs, DMP, trading desks...o mercado precisa parar e entender quem faz o que e quem entrega o que”, pontua. Ele explica que no caso das ofertas da Teads, a compra pode ser automatizada ou não.